Cooperativa de Famílias uma diferente alternativa para acolher os anos iniciais da educação Infantil
Um movimento que nasceu entre um grupo de gestantes que com um grande vínculo, discutiam sobre como seria a educação dos seus filhos. Aos poucos foram construindo um modelo que suprisse aos desejos e necessidades de ambos (pais e filhos).
A diferente alternativa para acolher os anos iniciais da educação Infantil (0 a 4 anos) foi uma experiência que começou em 2016 com o Coletivo Alecrim. Um ambiente de convivência, onde famílias unem-se com o propósito de educar seus filhos e revezam-se para manter o espaço e auxiliar o professor. A proposta muito inspirada na Pedagogia Viva e nos ritmos da Pedagogia Waldorf conta também com momentos de estudo de outras teorias e reflexão do grupo sobre suas observações e desafios.
Conversando com uma das mães pioneiras do projeto e fundadora do Espaço Aiyê, Bianca Barbosa Suleiman, percebe-se que este movimento demanda muita cooperação, envolvendo comprometimento, responsabilidade e confiança.
Ao longo dos últimos 4 anos, o Espaço Aiyê acompanhou cerca de seis grupos neste modelo. Cada grupo formado por 10 famílias, onde cada uma se responsabiliza por uma comissão para administração (material pedagógico, compra de alimentos, limpeza, auxilio professora, eventos e formação, manutenção do espaço etc.). Tudo é compartilhado e decidido pelo coletivo.
O passar dos anos
Com o passar dos anos, devida a formação de grupos com diferentes contextos e vínculos, foram se aprimorando questões da dinâmica em sala, aprofundamento pedagógico, relacionamento com os professores, gestão, cuidados com as crianças e também processos de autoeducação dos adultos.
A maioria das famílias sentem em ter que abandonar esse formato de educação ao levarem os filhos para escolas regulares.
O contraste é grande, de mais frieza e pouca oportunidade dos pais participarem do ritmo e decisões da escola, além de ficar um vazio de falta de interação e desenvolvimento dos pais.
Também conhecido como as “cooperativas de famílias” de Florianópolis, esse modelo vem atraindo vários pais e educadores pela importante atenção que se dá a criança, além do vínculo entre espaço acolhedor X professor X família, desenvolvendo-se de forma mais livre e cooperativa.
É um grande desafio pensar esse modelo para uma escola com turmas maiores. Algumas comunidades mais isoladas ou famílias homeschoolers se aproximam dessa ideia. E o mais próximo que conhecemos, é o que vemos nas escolas Waldorfs associativas, que também enfrentam o grande desafio de uma gestão coletiva.
Sendo um desafio ou não, notamos um movimento forte e mais consciente das famílias ao quererem estar mais presentes nos primeiros anos de vida de seus filhos também conciliando tempo para trabalho. Em grupo e com cooperação a rede de apoio pode ser fortalecida e as necessidades podem ser acolhidas.
Assim, as crianças crescem envolvidas de muito amor e recebendo grandes exemplos e aprendizados, dentre eles, muito necessário nos dias de hoje, o de como conviver em grupo respeitando as diferenças humanas.
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